Uma vez li numa reportagem
falando sobre o comportamento de alguns animais no percorrer de determinadas
fases de sua vida. Naquele dia se tratava pássaros e dizia que o primeiro vôo
de um filhote é sempre na companhia de seus pais. Às vezes eles, os filhotes,
tentam sair do ninho sozinhos, mas apenas duas coisas os impedem de sair: a
altura que se encontra o ninho e os próprios pais.
Se formos analisar, nem o fato de
nunca ter voado impede que o filhote abra suas asas. Às vezes guardamos aquilo
que mais amamos tão longe do chão e tão perto de nós, que nem percebemos que um
dia eles vão ter que sair do aconchego de nossas asas e partir à procura do seu
próprio ninho.
Então, faça o primeiro vôo com
eles. Ensina-os a força, o caminho e como não se deixar levar por qualquer
vento. Revele a eles, ao longo da jornada, sua experiência de vôo nessa vida.
Alimente-os de coragem e sabedoria, torne-os saudáveis e aptos para fazer
qualquer coisa enquanto voarem. E se assim estiver certo, deixe que eles realizem sozinhos o segundo vôo.
Liberte-os. Deixe-os voar até onde podem ir, corram até seus sonhos, conquistem novas terras e façam seus
ninhos sozinhos. Lembre-se: você não vai com eles, você fica e observa de longe
o que eles fazem. Se caírem, você prontamente se oferece para ajudar. Se
gritarem de medo ou desespero, você pode consolá-los. Se chorarem, você poderá
enxugar as suas lágrimas...
A vida é assim. Não podemos ter
tudo perto de nós pra sempre. Prender as pessoas na nossa gaiola de “proteção
máxima” não torna ninguém livre, pelo contrário, cortamos seus sonhos e tiramos
sua capacidade de voar.
Abra a porta e deixe que eles
voem. Deixe que se vá. Você ensinou tudo o que deveria ensinar e libertá-los é
confiar que eles são capazes de ir e fazer a diferença. Mas não se entristeça
com isso, tudo que eles farão foi porque aprenderam com quem teve paciência e
amor para voar aquele primeiro vôo com eles, e por causa disso, eles também são
capazes de voltar.